Violência doméstica

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                                               Por: Mariana Kotscho




Em 2007, a filha da faxineira que trabalha na casa da minha mãe foi assassinada a facadas pelo ex-marido. Foi na frente da filha, que tinha 4 anos na época. O assassino, de quem ela havia se separado por causa de ameaças, nunca foi preso.
Esta semana, uma moça veio me contar que o marido mandou ela sair do emprego (pedir demissão) e ficar só cuidando da casa”, caso contrário “vai encher de porrada até matar”.
Ao longo de 22 anos trabalhando em televisão, já entrevistei muitas mulheres com histórias parecidas. E, infelizmente, com frequência, chegam até mim relatos tristes, inclusive vindo de mulheres de classe social bem alta. Maridos e ex-maridos que batem, que ameaçam, que agridem psicologicamente e emocionalmente, que inventam amantes e por aí vai.
Pra tudo isso, e porque os casos são MUITOS, MILHARES, é que foi criada a lei Maria da Penha, que ainda engatinha. Engatinha porque essas mulheres continuam sendo vítimas, tendo medo, sofrendo caladas, reféns da própria vida. E eu me pergunto: até quando vai ser assim? Quantas mulheres que estão lendo meu texto já passaram por isso ou conhecem alguém que já passou? A maioria ainda sofre em silêncio esta violência, muitas vezes velada (acontece entre 4 paredes); violência praticada por homens que se acham donos das mulheres e acima do bem e do mal. Precisamos dar um basta. Veja em nossos arquivos o papo de mãe sobre violência doméstica, com participação da própria Maria da Penha em “Papo de Mãe”.
Estou atualmente reunindo essas histórias para escrever um livro sobre o assunto. Acredito que essa deve ser uma luta de toda a sociedade – lutar pelo fim da violência contra a mulher, praticada, vejam só, por homens que um dia (teoricamente) as amaram.
Fonte: www.papodemae.com.br/

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