Vida a dois: O que é preciso pensar antes de juntar as escovas de dentes

Ainda hoje tem gente que acredita no ´´felizes para sempre´´. Até aí tudo bem… desde que não se espere castelos e príncipes montados em cavalos brancos… Casamento não é um conto de fadas. Problemas de todo tipo sempre vão aparecer. Parece óbvio, mas um casamento vai muito além de uma troca de alianças, vestido branco, festa e lágrimas de emoção. Após o “até que a morte os separe” vem a convivência do dia a dia. Adaptar-se ao outro em diversos aspectos é uma tarefa que exige muita maturidade.





Na vida a dois muitas variáveis influenciam diariamente na realidade conjugal e são constituídas pela história de vida dos envolvidos: família, finanças, amigos, afeto, profissão. Ter uma pessoa ao lado não vai fazer com que todos esses campos se tornem melhores.
Um relacionamento saudável precisa de dois indivíduos, no sentido literal da palavra, duas pessoas inteiras que não precisam se complementar necessariamente, mas sim caminhar lado a lado. Em uma relação funcional os envolvidos estão juntos porque assim desejam e não por uma necessidade pura e simples.






Ter gostos diferentes e planos individuais não quer dizer insucesso numa relação. Estar em uma relacionamento com uma pessoa inteira proporciona a oportunidade de ser feliz em mais de um aspecto na vida. O que é imprescindível para um casamento saudável são os valores em comum. Estes precisam ser semelhantes ou ao menos não ser incompatível. Opiniões e gostos podem mudar, mas valores não! Valores são o que cada um tem de mais importante na vida e a essência da personalidade individual. São aspectos que não podem – e nem devem – mudar, depois que o casal passa a viver na mesma casa. Todo o resto pode se adaptar ou flexibilizar.





A preparação para a vida a dois tem sido muito negligenciada. É só dar uma pesquisada no Google e encontramos muitos sites que dão dicas para a cerimônia, lua de mel, etc… mas praticamente nada sobre a convivência que segue. É muito importante que, antes de juntar as escovas de dentes, ambos pensem em algumas coisas. Segue alguns pontos essenciais:
Vida financeira: quem paga quais contas? Como vamos contribuir para gastos em comum ou os individuais? Como agir com despesas extras? Teremos poupança? Quem movimenta o dinheiro? Conta individual ou conjunta?
Filhos: Queremos filhos? Quantos? Como vamos agir na educação deles? O que vai mudar em nossas vidas e como vamos administrar? Alguém vai ficar em casa para cuidar dos filhos? Como será a rotina para que ambos possam se envolver nos cuidados?
Família: Como é a convivência com os pais do parceiro? O que estamos dispostos a fazer pelos familiares do outro? Como será com a velhice dos pais? E se alguém do casal precisar auxiliar de alguma forma algum membro da família? Como será?
Amigos: O que muda nas amizades de uma pessoa solteira para uma comprometida? Os amigos poderão frequentar a casa? Temos amigos em comum? Quem são os amigos pessoais?
Planos em comum: O que queremos juntos alcançar? Quantos planos temos em comum? Os dois estão de acordo?
Planos individuais: Meus planos individuais afetam meu parceiro? O que planejo para minha vida que não necessariamente precisam da presença do outro?
Afetividade: O que mais valorizo? Que coisas não abro mão na minha vida? Que coisas posso flexibilizar ou me adaptar? O que admiro no meu cônjuge?
Toda reflexão pode ajudar a ampliar o contexto e auxiliar para um felizes para sempre!

About the Author Lilian S. N. Vidal

Especialista em Psicologia Clínica e Terapia Cognitivo Comportamental. Se interessa profundamente pelo ser humano e adora a vida como ela é, apesar dos altos e baixos. Curiosa gosta de aprender coisas novas e de admirar o que já sabe. Não se importa de ser uma metamorfose ambulante se for para sair do casulo e voar.

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