Sinto informar-lhe, mas você é o responsável

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Devo dizer que é toda sua, a responsabilidade pelo teu sucesso. Não responsabilize os outros pelo seu fracasso, nem pelo seu contentamento com pouco.





Escrever sobre comportamento é sempre uma atividade difícil e controversa. Isso porque esbarramos na herança cultural que representa os princípios segundo os quais as pessoas foram educadas e, irremediavelmente (exceto raríssimas exceções), vão agir assim a vida inteira. Assim, os erros continuam se repetindo simplesmente porque “eu cresci assim e não morri”, ou porque “foi assim que fui criado”, ou porque “eu só sei agir assim”…
Desta forma, vamos reproduzindo comportamentos que sequer admiramos porque é mais cômodo, é mais fácil e nem tentamos agir de outra forma.
Nos mantemos em nossa zona de conforto e vamos empurrando a mediocridade e a infelicidade com a barriga, nos arrastando em dias que só não são mais infelizes porque têm apenas 24 horas.





Sabemos que algo está errado. Percebemos que não somos os melhores pais que podemos ser. Percebemos que não somos as melhores pessoas que podemos ser. Mas ainda assim, permanecemos em um estado de estagnação mental que não permite que sacudamos a poeira, que nos movimentemos em busca de uma situação mais coerente com nossos ideais, com aquilo que queremos fazer de nossas vidas e com o tipo de gente que queríamos ser.
Sonhamos com grandiosidade, com reconhecimento. Não com a efemeridade das famosidades, mas sonhamos com uma vida útil, uma vida que tenha valido a pena: para nós e para aqueles que nos rodeiam. Quando vemos, já se passou um ano, uma década, uma vida. E, ao invés de vivermos, apenas nos contentamos em sobreviver. Colocamos a culpa na política, na crise, no cônjuge, no trabalho, e mal percebemos, ou preferimos não perceber, que a responsabilidade pela mediocridade que decidimos aceitar, é inteiramente nossa.
Optamos, portanto, em ir vivendo um dia igual ao outro, querendo resultados diferentes, mas agindo sempre da mesma maneira. Quando encontramos alguém com paciência ou disponibilidade, despejamos nossa amargura e nossa miséria pessoal. Mas não nos contentamos em agir assim. Ainda temos de nos fazer de vítima, dizendo que o mundo não nos entende, e que tudo conspira contra nossos sonhos.
Que sonhos? Aqueles que escondemos nas gavetas menos vistas? Aqueles que guardamos em algum cantinho empoeirado de nosso coração? Que sonhos? Aqueles para os quais não dedicamos um segundo sequer de esforço pessoal? Aqueles que esperam um milagre para acontecer?





Em busca de mudanças de padrões comportamentais, vale citar Cunha (2014, p. 1), que descreve passos que são essenciais, no processo de reconhecimento, percepção e investigação. Delimita, dessa forma, maneiras de racionalizar e trazer a tona a percepção de que ‘e possível sim, modificar o que parece fazer parte de nós, o que parece fazer parte de nossa personalidade e de nosso eu, mas pode tratar-se apenas de hábitos, de valores culturais e de atitudes aprendidas ao longo do tempo e que reconhecemos como estritamente nossas, sendo na verdade, daqueles que vieram antes de nós:

Reconhece
Este passo parece simples mas não é e há pessoas que ficam uma vida inteira nele, sem passar ao passo seguinte.
Por reconhecimento eu pretendo dizer em primeiro lugar afirmar o papel de criador da tua história e em segundo lugar reconhecer que esse padrão existe. Ou seja, vais ter que abrir mão do teu papel de vítima e admitir que existe um padrão para mudar.
Enquanto não estiveres preparado para abandonar aquilo que sabes, que afinal és tu o causador e não os outros vais estar constantemente a reproduzir as situações que queres evitar.
Sente
Sente o mais profundamente possível o que estiveres a sentir, sem racionalizar ou julgar. Se for sentimentos de rejeição, sente a rejeição. Se for dor, sente a dor. Ser for abandono, sente o abandono. Se for frustração, sente a frustração. O importante é não reprimir, pois isso vai significar que as emoções que estão associadas ao padrão não vão deixar de existir, o que significa que o vão continuar a perpetuar.
Investiga
Depois de sentir tudo, tenta compreender o padrão: O que o fez começar? Que sentimento o originou? Qual a crença que o suporta? Qual é a parte de ti que o está a alimentar? O que esta situação está a espelhar?

Assim, o reconhecimento implica em perceber-se como sujeito, autor de sua história, protagonista de sua vida. Reconhecer significa desligar o automático e realizar um processo de reflexão bastante melindroso sobre as próprias ideias e os próprios atos. O sentir representa deixar de negar o que habita a mente e o coração. O emocional, quando é negligenciado, pode ser sinônimo de doenças, tristezas e frustrações que podem acompanhar o individuo, até que haja enfrentamento e superação. Investigar é tão importante quanto reconhecer e sentir o que há consigo. Quando nos distanciamos de um problema e o avaliamos com uma conduta mais cientifica e menos apaixonada, podemos definitivamente desencadear o processo de mudança que todos desejamos.

Assim sendo, Tenho uma novidade para todos nós: A sorte favorece os que batalham! Os que buscam! Os que sonham e desejam que seus sonhos se tornem reais, mas mais que isso, os que FAZEM SEUS SONHOS SE TORNAREM REAIS!
Portanto, talvez seja a hora de mover-se, de elevar o olhar, de buscar um horizonte diferente, de perceber que o universo não está nem aí para a nossa miséria pessoal. Mas que é nossa responsabilidade lutar pela nossa vida e pelo significado de nossos dias. Não se pode agir sempre da mesma maneira e desejar obter resultados diferentes. Quando empregamos nossa força para nos tornarmos melhores, mudamos o mundo. Caso contrário, seremos pó, apenas! Seremos energia perdida… nada mais!

Referencias

CUNHA, Clarisse. como mudar um padrão de comportamento. 2014.

About the Author Júlia Pereira Damasceno de Moraes

Mulher, filha, mãe, esposa, professora, educadora, eterna aprendiz. Graduada em Letras pela Universidade do Planalto Catarinense. Especialista em Leitura e Produção de Texto. Leitora inveterada. Aspirante a escrevente. Amante do saber e do conhecimento. Preocupada com o rumo que os adolescentes e jovens estão tomando e com a falta de referencial de vida para muitos dos alunos com os quais convive 12 horas por dia. Os pais se preocupam com o mundo que vão deixar para os filhos, mas não estão se preocupando com os filhos que vão deixar para o mundo. Isso é grave!

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