Casamento Contemporâneo: Conflitos e Soluções

Atualmente podemos perceber que ainda há uma grande idealização e uma visão muito romântica do casamento. A expectativa quanto ao parceiro a ao casamento é muito alta. Ocorrem frustrações, muitos se separam, depois vão para um outro casamento no qual se frustram também. A sobrecarga de funções desempenhadas pelas mulheres, a chegada de um filho, dificuldades financeiras, imaturidade, são alguns dos fatores que podem levar ao divórcio.





Quando um dos parceiros resolve “salvar” o casamento, muitas vezes consegue. Quando um dos parceiros muda a sua postura, a relação muda. Já atendi pacientes que estavam a um passo da separação, mas que a partir das reflexões nas sessões e todo um trabalho terapêutico, conseguiram reverter à situação. Claro que em alguns casos, os parceiros optam pela separação. Cada caso é um caso.
Podemos perceber a rotina desgastando muitas relações. Rotina é a repetição de uma conduta. Quando a rotina for mandar flores em datas especiais, dormir abraçado todas as noites, preparar o prato do parceiro, enviar mensagens de amor diariamente, por exemplo, então esta rotina é maravilhosa e até bastante importante como um cuidado com o casamento.





O problema é quando a rotina do cotidiano se transforma em hábitos ruins; quando as coisas ficam monótonas, sem graça, sem novidade. Buscar proporcionar mais emoção e romantismo até mesmo nos momentos indesejáveis, tais como: lavar, passar, cozinhar, pagar contas, dentre outras coisas. O casamento deve ser sempre cuidado. A rotina é inevitável, até mesmo porque o ser humano cria padrões, o errado é dar mais valor ao lado negativo da rotina.
Uma relação não está indo bem quando estar com o parceiro (a) não é mais agradável, quando as discussões se tornam frequentes, quando se sentem como estranhos, quando tudo que o outro faz desagrada ou quando o que ele faz é indiferente. Enfim, diversos são os sinais de que a relação não está indo bem. Isso não quer dizer que devam se separar. Este deve ser um alerta de que algo deve ser feito para que esta situação se transforme. Muitas vezes buscar terapia de casal é fundamental.
É sempre muito importante voltar ao passado e pensar por que fez esta escolha, como era no começo, o que o atraiu no outro. O diálogo e a mudança de postura são fundamentais. Se seu marido chegar em casa e logo correr para televisão para assistir à final do campeonato lhe dando apenas um beijinho, você deve apertar o botão “off” e acabar com seu divertimento? É claro que não. Um não deve tentar mudar o outro. Respeitar o espaço de um para ser respeitado. Importante buscar ajuda quando não consegue sozinho.





Muitos pensam em separação, mas quando o casal tem filho esta decisão costuma ser procrastinada. Há uma grande preocupação com o mal que estariam fazendo para seus filhos com a separação. Mas em casos onde a relação está num nível de violência, grande desrespeito entre os cônjuges, muitas brigas, intolerância e nenhum desejo de mudança, então a separação é mais benéfica também para os filhos.
Cabe ressaltar que a paixão com o tempo passa. A sensação do amor idealizado abre espaço para o amor maduro, trazendo consigo o respeito e o companheirismo. É natural que em alguns casos, os casais se separem por ainda buscarem o amor irreal. Muito embora seja questionável a existência de uma fórmula mágica, a solução para que a união perdure, vem com o cuidado que um tem pelo outro; olhar para o parceiro buscando o motivo que os uniu; a amizade e o companheirismo são fundamentais. As opiniões divergem, pois ambos tiveram criação e ambiente diferentes, mas o caso de respeitarem a posição um do outro, traz subsídios enormes para que o desgaste do cotidiano não interfira fortemente na relação. Nada acontece sem esforço até mesmo quando o assunto é o amor. Sendo assim, até mesmo ele exige trabalho, e trabalho sem o empenho correto talvez necessite de ajuda profissional.
Buscar ajuda costuma ser mais difícil, gera mais resistência. Permanecer na mesma situação é sempre mais fácil do que se esforçar para mudar. Embora ainda exista esta mentalidade a noticiais boa é que a busca por terapia vem aumentando bastante nos últimos anos e ajudado muitos casais em crise.

About the Author Aline Cataldi

Psicóloga Clínica e Escolar (PUC/RJ) - CRP: 05/29285 - Mestre em Saúde Mental (UFRJ)- Formação em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)- Formação em Entrevista Motivacional- Conselheira em Dependência Química- www.alinecataldi.com.br

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