Gestão da Ansiedade

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A ansiedade é uma emoção cada vez mais presente. O mundo acelerado em que vivemos, o acúmulo de tarefas ao qual nos submetemos, a instabilidade social, política e econômica criam um pano de fundo perfeito para que este sentimento se manifeste de maneira potencializada. Por este motivo, aprender a lidar com a ansiedade se torna um fator fundamental para a manutenção de uma boa saúde mental.





Compreender que a ansiedade não é um mal em si é importante. Este sentimento tem raízes profundas em nossa espécie e nos ajudou a evoluir e sobreviver. Trata-se de uma emoção de futuro, ou seja, pensamentos sobre o que pode dar errado no futuro desencadeiam a ansiedade. Coisas ruins acontecem.

Porém, o bom emprego da  ansiedade nos faz agir em relação a estas percepções catastróficas. É a partir da percepção de que no inverno podemos passar fome que passamos a estocar alimentos. A busca de uma ação que resolva o problema imaginado, em geral, “resolve” a ansiedade e até pode torná-la motivação. O problema surge quando a pessoa se priva de agir, neste caso, ela tende a se paralisar frente ao cenário que cria e passa a dar asas à imaginação, criando várias cenas de desastres, o que torna o desejo de ir para o futuro impensável.





Nestes casos, gosto de trabalhar com a experiência subjetiva da ansiedade. É possível estar identificado com a ansiedade de uma maneira que não sentir esta emoção deixa a pessoa com medo, sentindo-se desprotegida de alguma forma. Muitos são educados por pais ansiosos, aprendem a agir com base nesta emoção e não conseguem relaxar, estão sempre buscando um novo cenário futuro frente ao qual reagir. A sensação é que não podem “baixar a guarda”.

É interessante e bem proveitoso trabalhar com o corpo e a mente juntos. O trabalho corporal, que inclui respiração, relaxamento de tensão e reorientação de energia ajuda a pessoa a perceber a maneira pela qual se cria uma experiência ansiosa mesmo quando isso não é necessário. Também ajuda a criar um estado corporal e emocional no qual ela possa sentir-se suficientemente protegida para deixar a ansiedade de lado e poder se sentir tranquila, por exemplo.





Esta última etapa tem a ver com a criação de critérios que ajudem a pessoa a perceber quando é adequado sentir a ansiedade e quando é adequado sentir tranquilidade e outros estados. Também refletimos sobre diferentes maneiras de enfrentar as situações. Nem sempre é necessário criar um cenário potencialmente negativo para reagirmos e criarmos algo em relação ao nosso futuro. É possível, por exemplo, desejar algo novo, diferente e importante, criando motivação em vez de ansiedade.

A ansiedade, quando vista como uma ferramenta que nos instrumentaliza a lidar com situações desastrosas, é muito bem vinda, porém, quando a mesma se torna um estilo de vida que vê o futuro algo sempre de forma ameaçadora hora de dar um passo para trás e repensar a vida.

About the Author Akim Rohula Neto

Akim Rohula Neto é natural de Curitiba onde nasceu e se criou. Descendente de russos e italianos desde cedo percebeu que as diferenças emocionais e na percepção de mundo podem trazer problemas e ser fonte de grande competências e conquistas. Realiza sua graduação em Psicologia na PUC-PR (1999-2003), no mesmo ano termina uma especialização em Psicologia Corporal no Instituto Reichiano (2000-2003) e em PNL (Programação Neurolingüística) com Leonardo Bueno (1999-2003). Mais tarde, sentindo a necessidade de uma compreensão maior sobre os fenômenos familiares busca no INTERCEF (2008-2010) a formação em Psicologia Sistêmica. Desde a graduação em 2004 trabalha com atendimento em psicoterapia para adolescentes e adultos e a partir de 2008 trabalha com casais e famílias. Além disso ministra palestras e workshops que visam o desenvolvimento de competências para desenvolvimento do auto domínio e da inteligência emocional.

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