Como é viver com ansiedade

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Viver com transtorno de ansiedade não é divertido para ninguém e a maioria das pessoas não entendem como é a vida de alguém que sofre com este transtorno. Gostaria de esclarecer um pouco mais sobre o assunto para aqueles que ainda não entendem como é conviver com esse transtorno.

Funciona mais ou menos assim: sem aviso algum, a preocupação começa a surgir e você sente que alguma coisa está errada. As coisas podem estar 100% bem, mas a sua mente te convence do contrário. Você sente que a sua vida está prestes a desmoronar, em seguida o medo se instala em seu interior e você é consumido pela preocupação. Ao longo do dia você vai trocando de preocupação, mas todas elas são igualmente ameaçadoras para você. Sua mente, de alguma maneira, sempre arranja uma forma de lhe provar que as coisas estão muito piores do que elas realmente estão.

E enquanto tudo isso acontece na sua mente, você fica lutando desesperadamente para se manter calmo. Você diz a si mesmo “calma, apenas relaxe”, mas fazer isso é simplesmente impossível. Depois que a crise passa, vem a depressão. Você deseja ser outra pessoa, alguém normal, que não esteja passando por isso. Essa, geralmente, é a pior parte, porque ela faz com que você se distancie do mundo e de todos ao seu redor. A ansiedade cria uma barreira que o distancia do resto do mundo, fazendo com que você viva em uma bolha de preocupação e medo. Você fica muito aterrorizado para conversar com os seus amigos sobre o que está acontecendo, mas você precisa deles mais do que nunca, e não consegue falar sobre o seu problema porque você acha que ninguém entenderia o que você está passando. Você acha que acabaria sendo taxado de louco e, convenhamos, você mesmo já acha que está ficando louco, e tudo o que você menos quer agora é ouvir essa palavra, principalmente vinda da boca de alguém que você gosta. Tudo isso acaba fazendo com que se sinta pior ainda, porque você acha que ninguém poderá ajudá-lo.

A parte mais difícil é tentar encontrar a paz durante a fase de depressão. Você passa o dia inteiro sendo vítima do medo e da preocupação, eles ficam se revesando e fazendo esse joguinho cruel e assustador com você. E à noite, adivinhem só, você está tão abalado que sequer consegue pegar no sono, então você passa a noite inteira rolando de um lado para o outro na cama. No outro dia, já que você passou a noite em claro, está irritadiço e explodindo por qualquer coisa, o que faz com que as pessoas o evitem mais ainda, afinal, elas não querem ficar perto de nenhum estressadinho (mal sabem por tudo o que você está passando). A ansiedade, a falta de sono, a depressão, o medo de ficar louco se somatizam, e isso gera uma guerra interna da qual você não se acha capaz de escapar.

Uma coisa que todo mundo precisa entender: Você não consegue controlar a sua ansiedade!

Qual é a melhor coisa que você pode fazer quando estiver tendo um ataque de ansiedade? Você precisa entender que vai ter momentos em que vamos querer estar acompanhados, já outros em que vamos querer estar a sós. Eu sei, é difícil de compreender, mas às vezes até aqueles que amamos podem se tornar um gatilho para a nossa ansiedade, tente não levar para o lado pessoal, acredite, nós realmente não escolhemos estar assim e a última coisa que queremos é que você se magoe por causa da nossa condição. Você também precisa entender que geralmente não conseguimos entender a lógica da ansiedade, que é emocional e não racional, então, por favor, não diga que “estamos exagerando”, que “basta se acalmar”, ou pior ainda “se preocupar não vai te levar a nada”. Se pudéssemos desligar o “interruptor da preocupação”, com certeza já teríamos feito isso há muito tempo.

Quando alguém estiver tendo um ataque de ansiedade, tente perguntar como você pode ser útil. Na maioria das vezes a pessoa já sabe do que precisa, só está com muito medo de pedir a você que faça algo por ela, como por exemplo, dar um abraço, isso pode ajudar bastante. Tente deixa a pessoa à vontade, faça com que ela saiba que você realmente se importa com ela e que quer ajudá-la. Mesmo que às vezes isso signifique apenas escutar o que ela tem a dizer, conhecer um pouco mais sobre o problema dela pode te ajudar a entender um pouco mais sobre o que ela está passando. Cada transtorno de ansiedade tem variáveis diferentes, mas ter a compreensão de que a pessoa não consegue controlar o que está sentindo, e que é uma luta dela consigo mesma, pode ajudar bastante.

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