7 mitos sobre a felicidade que precisamos parar de acreditar

Por Sonja Lyubomirsky

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Quase todos nós preservamos o que eu chamo de ´´mitos de felicidade´´, crenças que certas conquistas (casamento, filhos, emprego, riqueza) nos farão felizes para sempre, e que certos fracassos ou adversidades (problemas de saúde, divórcio, dificuldades financeiras) irão nos fazer infelizes para sempre. Entretanto, não existe uma fórmula mágica para a felicidade e nem uma direção certa para o fracasso. Ao invés de trazer felicidade ou infelicidade duradoura, os principais momentos da vida e pontos de crise, podem ser uma oportunidade para de renovação, crescimento ou mudança significativa. É como você encara estes momentos que realmente importa:


1. “Eu vou ser feliz quando me casar com a pessoa certa”

 Um dos mitos da felicidade mais difundidos é a noção de que encontraremos a felicidade somente quando descobrirmos o perfeito par romântico. A falsa promessa não é que o casamento não vai nos fazer felizes. Para a grande maioria das pessoas, ele faz. O problema é que o casamento, mesmo quando inicialmente é perfeito e satisfatório, não vai nos fazer tão intensamente felizes o quanto acreditamos. De fato, estudos mostram que o aumento de felicidade no casamento dura uma média de apenas dois anos. Infelizmente, quando esses dois anos passam, percebemos que o objetivo de encontrar o parceiro ideal não nos fez tão felizes como esperávamos e sentimos que deve haver algo errado conosco ou devemos ser os únicos a se sentir dessa maneira.

2. “Eu não serei mais feliz quando meu relacionamento acabar”

 Quando um relacionamento desmorona, nossa reação é frequentemente exagerada. Um grande medo surge depois do divórcio: Sentimos que nunca mais seremos felizes de novo, que a nossa vida acabou. No entanto, as pessoas são notavelmente resistentes, e as pesquisas mostram que o ponto mais baixo de felicidade acontece dois anos antes do divórcio. Depois de quatro anos após a ruptura de um casamento conturbado, as pessoas são significativamente mais felizes do que jamais tinham sido durante a união.

3. “Eu preciso de um parceiro(a) para ser feliz”





 Muitos de nós carregam a certeza de que serão infelizes para sempre sem um parceiro(a). No entanto, vários estudos mostram que pessoas solteiras não são menos felizes do que as casadas, ​​e que solteiros encontram a felicidade e propósito em outros tipos de relacionamentos e atividades. Infelizmente, acreditar nesse mito pode ser tóxico: Ao não reconhecer o poder de resiliência e as recompensas de ficar sozinho (como ter mais tempo para passar com os amigos ou poder pôr em prática projetos solo e aventuras) pode nos levar a aceitar um parceiro(a) romântico que não combine conosco.

4. “Somente quando ter o meu ´´trabalho dos sonhos´´ serei feliz”

 Na raiz desse mito da felicidade reside o equívoco de que, embora não estejamos felizes agora, certamente seremos quando tivermos o nosso ´´trabalho dos sonhos´´. Ao alcançar esse trabalho aparentemente perfeito, entretanto, surge um problema quando descobrimos que ele não nos faz tão felizes quanto esperávamos. O que explica essa experiência desagradável é o processo inexorável de adaptação hedônica, ou seja, o fato de que os seres humanos têm a capacidade de se habituar, ou se acostumar, à maioria das mudanças da vida. Infelizmente, se estamos convencidos de que um certo tipo de trabalho nos faria felizes e acabamos abandonando boas carreiras em busca de tal trabalho, podemos acabar nos arrependendo depois que a adaptação hedonista nos acostuma ao novo ambiente. Assim, um primeiro passo fundamental é entender que todos se habituam à novidade, emoções e desafios de um novo emprego ou empreendimento. Esta nova consciência irá sugerir-nos uma explicação alternativa para o nosso mal-estar no trabalho. E talvez pode ser que não haja nada de errado com o trabalho, ou com a nossa motivação, mas com outros aspectos da nossa vida que interferem em nosso humor durante o trabalho.

5. “Eu vou ser feliz quando ficar rico e bem sucedido”

 Muitos de nós acreditam fervorosamente que, se não está feliz agora, estaremos felizes quando finalmente chegarmos a um certo nível de prosperidade e sucesso. No entanto, quando essa felicidade indescritível prova ser de curta duração, alguns se decepcionam e até mesmo entram em depressão. Quando conseguimos alcançar – pelo menos no papel – muito de tudo o que sempre queríamos, a vida pode se tornar entediante e até mesmo vazia. Muitas pessoas prósperas e bem sucedidas não entendem este processo natural de adaptação, e podem chegar à conclusão de que precisam de mais dinheiro para serem verdadeiramente felizes. Eles não percebem que a chave para a felicidade não está em quão bem sucedido somos, mas no que fazemos com o nosso sucesso; não é o quão alto o nosso lucro é, mas como o utilizamos.

6. “Nunca vou me recuperar deste diagnóstico”

 Quando os nossos piores receios sobre a nossa saúde se tornam realidade, não conseguimos imaginar indo além do estágio de choro e desespero. Não conseguimos nos imaginar felizes de novo. No entanto, nossas reações e pressentimentos sobre este pior cenário são regidos por um outro mito da felicidade. Muito pode ser feito para aumentar a nossa sobrevida, seja qual for a doença. E também podemos dar um propósito a este momento doloroso e crescer como seres humanos.

A ciência mostra que temos um poder relativo de escolher o que experimentamos. Considere que, durante cada minuto do seu dia, você está escolhendo a prestar atenção a algumas coisas e optando por ignorar, suprimir ou retirar da consciência outras coisas. O que você escolhe prestar atenção se torna parte da sua vida e o resto não. Ao ter uma doença crônica, por exemplo, você pode passar a maior parte dos seus dias se lamentando sobre como ela arruinou sua vida, ou você pode passar os seus dias focado em sua rotina de academia, ou conhecendo seus sobrinhos, ou se importando com o seu lado espiritual. Nós podemos mudar nossas vidas simplesmente mudando nossas atitudes mentais.

7. “Os melhores anos da minha vida terminaram”

 Quer sejamos jovens, de meia-idade ou idosos, a grande maioria de nós acredita que a felicidade diminui com a idade, caindo mais e mais a cada década até chegar o ponto em que nossas vidas serão caracterizadas por uma tristeza profunda. Assim, alguns podem se surpreender com a pesquisa que confirma que nossos melhores anos ainda estão por vir. As pessoas mais velhas são realmente mais felizes e satisfeitas com suas vidas do que as pessoas mais jovens; elas experimentam emoções mais positivas e sua experiência emocional é mais estável e menos sensível às vicissitudes da negatividade diária e stress.
Embora o pico de bem-estar ainda seja pouco clara, três estudos recentes demonstraram que o pico da experiência emocional positiva ocorreu em idades de sessenta e quatro, sessenta e cinco anos, e setenta e nove, respectivamente. O que ficou claro é que a juventude e a idade adulta emergente não são os tempos mais ensolarados da vida.
Por que isso? Quando começamos a reconhecer que os nossos anos de vida estão ficando limitados, mudamos nossa perspectiva sobre a vida. O horizonte de tempo mais curto nos motiva a ser mais orientados para o presente e investimos o nosso (relativamente limitado) tempo e esforço para as coisas da vida que realmente importam. Assim, por exemplo, à medida que envelhecemos, os nossos relacionamentos mais significativos tornam-se muito mais prioritários do que conhecer novas pessoas ou correr riscos; investimos mais nessas relações e descartamos aquelas que não nos satisfazem​​. Em certo sentido, nós nos tornamos emocionalmente mais sábios à medida que envelhecemos.Fonte: Psychology Today traduzido e adaptado por Psiconlinews

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