Por que é tão difícil terminar um relacionamento?

Você decidiu se separar, pois percebeu que já não sente mais amor ou paixão por seu (a) parceiro (a), sabe que não existe mais nada de bom para cultivar dessa relação. Está certo (a) e decidido (a) desta decisão. Mas passa uma semana, um mês, um ano e você simplesmente continua lá.Você não vai embora. Não por falta de vontade, mas porque simplesmente não consegue.





Mas por que é tão difícil terminar um relacionamento?

Em primeiro lugar, precisamos entender que a quebra de qualquer vínculo traz sofrimento ao ser humano. Mas Jaqueline, mesmo quando esse vínculo é ruim e impede meu crescimento? Sim! Lógico. Com toda certeza.

Vamos voltar um pouquinho à sua infância? Você estava lá no útero da sua mamãe, traquilo, quentinho, em perfeita simbiose. Mas chegou o momento de nascer, crescer e evoluir. Então, aquele ambiente que antes era muito bom passa a ser um lugar de onde você precisa sair já! Apesar de ter sido um processo natural e mesmo sendo o lado de fora o local ideal para sua nova moradia, você sofreu com a ruptura deste vínculo. Deu pra entender a analogia?





Independente de quão decidido esteja a se separar, irá existir dor, sofrimento e arrependimentos em alguns casos.
Você pode estar se perguntando: mas é só por isso mesmo? Será que não existe outra explicação sobre porque eu continuo num relacionamento tão ruim? Sim existem várias situações, todavia, são todas situações onde existirão quebras de vínculos.
Vamos conhecer os mais comuns, e muitas vezes subestimados e negligenciados motivos que nos impedem de por fim a um relacionamento ruim:

1) Hábitos e costumes

O casal desenvolve sua estrutura de vida no alicerce do “viver a dois”. Geralmente são mais caseiros, os programas são mais tranqüilos e sempre em companhia de outros casais, sobretudo quando se trata de casamento. Porém, não é incomum que muitos casais de namorados também estruturem sua vida desta maneira. É aquele tipo de casal que ou ele está dormindo na dela ou ela na casa dele. Têm pertences pessoais nas casas um do outro e fazem absolutamente tudo juntos. Nestas situações é muito comum que você fique acomodado e até mesmo aconchegado, não exatamente à pessoa em si, mas àquela dinâmica tão bem estruturada.

2) Família do parceiro

Sim. É isso mesmo. Muitas vezes um indivíduo já não gosta mais do seu parceiro (a), mas em contrapartida tem um excelente e querido relacionamento com a família do mesmo. Pode ser uma sogra que faz o papel de mãe, um cunhado que virou um amigão, em fim, todo aquele contexto que a pessoa vive por tanto tempo é algo muito mais muito difícil de abandonar. Porque na verdade você só quer distância de uma pessoa específica não de toda família. São festas de fim de ano, churrascos de fim de semana, apoio em momentos de crise… É literalmente uma família de quem você sabe que irá se desligar.

Quem já teve um relacionamento onde a família do outro era muito querida, saberá exatamente do que estou falando. Vocês prometem visitar, prometem que as portas da casa estarão sempre abertas e por ai vão as promessas… Mas é só o tempo de um dos dois começar um novo namoro para tudo mudar, o que é absolutamente natural já que você estará preenchendo aquele espaço que ficou vazio. Como diz meu querido e sábio cunhado: a família vai sempre tomar partido do parente de sangue. Somos apenas agregados! RS
Não posso deixar de citar o medo de perder amigos em comum. É bem natural o receio de que os amigos acabem ficando “do lado” de quem é o abandonado da história.

3 Pena





Você sabe que a separação será a melhor escolha, mas não tem a mínima intenção de com isso ferir o sentimento do outro. Não quer de maneira nenhuma ser o motivo de choro e tristeza daquela pessoa que um dia você amou. Então você ensaia, conversa com amigos, com parentes, cria todo um roteiro, mas na hora H não consegue expor seus sentimentos e decisões. Pasmem, mas isso é muito mais comum do que você possa imaginar. Principalmente em indivíduos que tem alguns traços em sua personalidade que o levam a cultivar o sentimento de culpa por todas as desgraças que acontecem ao seu redor.

Em conseqüência disso você acaba, até sem perceber, criando circunstâncias de brigas e discussões calorosas para então tentar agir pelo calor do momento e jogar tudo pro alto. Você sabe que racionalmente e de maneira fria jamais vai conseguir colocar o ponto final. Outra forma usada por aqueles que têm pena de terminar a relação é procurar caminhos que levem o outro a tomar a decisão. Considero esta a maneira mais cruel de agir com outro ser humano.

Você começa a tratar mal, provocar ciúmes, criticar tudo que o outro faz, ou deixa de fazer, em fim, você quer simplesmente transferi a sua responsabilidade. Percebe que esse tipo de pena, não é algo genuíno? Essa é a pena do egoísmo. Lembro de uma grande professora e psicóloga que sempre dizia o seguinte: quem tem pena tem culpa. Pense nisso sempre que este sentimento aparecer em sua vida.

5 Questões financeiras

Não vou me ater a relacionamentos que já tiveram sua base construída em cima de interesses financeiros. Vamos pensar nos casais que se amaram um dia e construíram um patrimônio juntos. Não importa se esse patrimônio é constituído por móveis, eletrodomésticos, TVs, DVDs, ou imóveis e automóveis. A questão é que em muitos casos vocês construíram essas coisas com sacrifício, nelas estavam incluídos sonhos, projetos, e sentimento, muito sentimento.

Independente de quem vai ficar com a maior parte, sempre haverá perda, sempre haverá o sentimento de posse. Que mulher quer ver o ex passar com outra na garupa da moto que era dela? Ou que homem quer imaginar que naquele carro que eles compraram juntos e brigaram pra escolher a cor, agora será um ambiente de beijos e despedidas calorosas de sua ex com novo parceiro? Sim, as pessoas sacrificam sua felicidade por medo da perda, pelo sentimento de posse. Por dinheiro e por…

5) Status

Status sim e por que não? Não lembro se é uma peça de teatro ou um filme que tem como tema a seguinte frase: sou infeliz, mas tenho marido!
Seria cômico se não fosse trágico. Infelizmente esta é uma realidade na vida de muitas mulheres, de homens também, mas geralmente as mulheres têm uma tendência maior em se preocupar com status perante a sociedade. Se ela já passou dos trinta então a coisa complica ainda mais. Ouço muitas dizerem o seguinte: ah, eu não tenho coragem de me separar, já são tantos anos juntos, homem é tudo igual mesmo, não tem mulher feliz de verdade, eu já estou velha, e além do mais tenho preguiça de iniciar uma nova relação.

Essas são apenas algumas desculpas que as pessoas dão para não tomarem uma atitude perante suas medíocres vidas. Não estou de maneira nenhuma fazendo apologia ao divórcio, muito pelo contrário, acho lindo o matrimonio, o até que a morte os separe, porém, algumas pessoas já estão separadas pela morte. Morreu o respeito, morreu a cumplicidade, o carinho, a verdade… A fidelidade.

6) Medo de se arrepender

Você já teve uma peça de roupa, um sapato ou qualquer objeto que gostava muito, mas depois perdeu a serventia, porque quebrou, porque ficou pequeno, rasgou, manchou… Em fim, que não lhe servia mais e mesmo assim você não conseguia abrir mão dele? Não vende, não troca, não dá. Algumas pessoas fazem isso com os relacionamentos também. Você sabe que não sente mais nada pelo outro, não tem mais amor, não tem mais carinho, paixão, tesão. NADA! Mas só de imaginar a pessoa vivendo isso tudo com outro fica louco de ciúme. É neste momento que você começa a cultivar o medo de se arrepender.

Começam os seguintes questionamentos:

– E se depois eu perceber que ainda amo?
– E se ela voltar para aquele maldito ex que eu tanto odeio?
– E se eu não arrumar outro alguém?

Dentre tantos outros medos e sentimentos de posse, disputa e imaturidade.
Desta forma você vai levando, vai tentando, até que um dia a morte os separe fisicamente. Porque o amor, ah esse já morreu faz tempo!

Pense meu querido leitor. Você está feliz? Está contribuindo para a felicidade do outro? Até quando vai postergar suas decisões? Até quando irá se esconder num cantinho e esperar que as coisas mudem enquanto você continua estático? A vida é dinâmica e é nisso que consiste sua beleza. Possibilidades e possibilidades, formas e formas, escolhas e mais escolhas. Viva. Decida. Tome as rédeas de sua vida!

Forte abraço!

About the Author Jaqueline Bento

Mulher, psicóloga, apaixonada por pessoas e suas singularidades. Tenho como missão secar lágrimas e arrancar sorrisos. Vou vivendo e aprendendo, aprendendo e escrevendo.

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