O estresse e suas fases

A maneira como o estresse começa dá-se pela percepção de algo desafiador, seja imaginário ou real. O que foi percebido é enviado ao cérebro através de uma mensagem. Esse mensageiro pode ser a visão (cena de um assalto), o olfato (cheiro de fumaça, por exemplo), físico (quando de uma dor) ou ainda através do pensamento. Este último diz respeito à distorções cognitivas, expectativas sem fundamento e preconceitos que fundamentam a maneira como se analisa o mundo e os fatos.





De acordo com Rangé (2003), o modelo cognitivo parte do pressuposto de que os nossos sentimentos são resultados das interpretações que fazemos dos acontecimentos.
Sendo assim, a mesma situação pode desencadear, ou não, uma reação de estresse em diferentes pessoas. Depende de como cada indivíduo vai interpretar o evento.
O estresse se desenvolve de acordo com etapas. De acordo com Lipp (2000), existem quatro fases que se sucedem: alerta, resistência, quase exaustão e exaustão. Nas primeiras fases os sintomas são universais, ou seja, todos reagem de modo semelhante, independente de outras características. Porém, nas fases mais graves os sintomas dependerão muito da fragilidade física e psicológica do indivíduo.
Este modelo permite identificar e separar os diferentes momentos do desenvolvimento do estresse e que pode culminar com a exaustão.

Fase de alerta:

Neste estágio do desenvolvimento do estresse, a pessoa precisa gerar mais força e energia para poder enfrentar o que está exigindo dela mais esforço. O processo de autorregulação do organismo reconhece o desafio ou ameaça percebida e o mecanismo de luta ou fuga se prepara para agir, produzindo noradrenalina. Essas mudanças hormonais são importantes para que haja um aumento da motivação, entusiasmo e energia, gerando aumento da produtividade nas pessoas. Entretanto, sempre há uma quebra da homeostase, pois o organismo de esforça não para manter a harmonia interior, mas para enfrentar o desafio percebido.

Fase de resistência:





Neste estágio acontece um aumento na capacidade de resistência além do normal. Busca-se, nesta fase, um reequilíbrio, pois gasta-se muita energia, gerando uma sensação de desgaste generalizado sem que se saiba a causa e dificuldades com relação à memória. O lapso de memória sinaliza que a demanda ultrapassou a capacidade do indivíduo de manejar a presente situação. Quanto mais a pessoa se esforça para adaptar-se e reequilibrar-se, mais desgastada se sente. Se o organismo consegue se adaptar completamente e resistir ao fator estressante adequadamente, o processo se interrompe sem deixar sequelas.

Fase de quase exaustão:

Nesta etapa as defesas do organismo começam a ceder e já não consegue resistir às tensões nem restaurar a homeostase interior. É frequente o indivíduo alternar entre momentos de bem-estar e calma e momentos de desconforto, cansaço e ansiedade. Nesta fase, algumas doenças começam a surgir, indicando que a resistência está senso ineficaz.

Fase de exaustão:





Neste estágio, a resistência já foi totalmente quebrada. Alguns sintomas se mostram parecidos aos da fase de alarme, porém muito mais significativos. Há exaustão psicológica em forma de depressão e exaustão física, em forma de doenças que começam a aparecer. A evolução pode resultar em morte.
Emocionalmente, o estresse também pode desencadear outros distúrbios psicológicos, como ansiedade generalizada, insônia, depressão, raiva entre outros.
As observações clínicas e estudos mostram que a maioria das pessoas infelizes são seus próprios carrascos. O modo como pensam perpetuam o estresse. Seus pensamentos são distorcidos há tanto tempo que já não percebem a falha no seu modo de pensar com relação aos outros.
Aprender a questionar e analisar os próprios pensamentos, não é fácil. Porém, necessário!

About the Author Maria Lúcia Tavares

Sou psicóloga e palestrante. Criei uma comunidade no Facebook "Sabia só que doía" para divulgar a fibromialgia e levar informação e esperança a quem se encontra nessa condição. / Instagram: malutavarespsicologa

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