O luto necessário ao fim do relacionamento

A finitude nos rodeia e está presente em todos os momentos da vida. Embora estejamos envolvidos com ela, é difícil aceitar esse fim, dar um tempo a si mesmo para se reconectar com as coisas que acabaram esquecidas.





Quando um relacionamento termina, e por seus inúmeros motivos que não caberia aqui listar, temos a sensação de perdermos um pouco de nós mesmos junto com aquela relação que se vai, e isso dói, estranho seria se assim não fosse. Embora nos digam a todo instante que precisamos deixar de lado a dor e sair para as festas, com amigos, barzinhos e toda aquela velha história de sermos e estarmos sempre felizes, assim como nossas redes sociais demonstram.
Enfim, eu lhes digo saia com os amigos, pratique esportes, foque sua atenção naquilo que você deixou para trás, faça novas amizades, novas ligações, viaje, faça terapia, leia e escreva em novo livro, mas permita-se viver o seu luto.





Luto significa profundo pesar pela morte de algo ou alguém. Sempre nos referimos a morte física da pessoa, mas e quando a pessoa morre dentro de nós? Sabemos que ela continua viva, mas o luto existe da mesma forma, pois luto é dar conta do sentimento de finitude.

Kubber Ross estudou o fenômeno da perda, e pontua que as 5 fases do luto se enquadram para qualquer forma de perda pessoal catastrófica, sendo que qualquer mudança pessoal significativa poderá levar a estes estágios:
1° Fase – Negação e isolamento – São mecanismos de defesa do ego diante da dor. Surgem alguns sentimentos de negação e vitimização, como: Por que eu? Isso não é verdade! Dou um jeito, sempre passa! Associados a esta fase.
2° Fase – Raiva – Surge de a necessidade do ego sair da fase de isolamento e negação. Junto com a raiva surgem sentimentos de inveja, hostilidade quanto ao ambiente e as pessoas, revolta e ressentimento, como: Por que eu? Isso não é justo!
3° Fase – Negociação e Barganha – Começa com tentativas de negociação com a emoção ou com o “culpado” pela situação, utilizando-se de promessas, pactos etc., que ocorrem em segredo. Pensamentos como: “Vou tratar bem as pessoas e tudo ficará bem”. “Vou pensar positivo e tudo se resolverá”.
4° Fase – Depressão – Tristeza, desolamento, culpa e medo são emoções comuns a esta fase. Sendo está uma fase evolutiva, visto que agredir não adiantou, negar ou se revoltar utilizando de barganhas, surge então o sentimento de grande perda: “Será que as coisas ficarão bem?” . Não consigo lidar com isso! Me odeio, a culpa é minha!





5° Fase – Aceitação – Não se trata de um estágio de felicidade, mas sim de um estágio no qual a pessoa busca modificar o sentimento de tristeza, aceitando a perda como algo natural e necessário a transformação, buscando a ajuda necessária para isso. “Posso mudar isso”. “Vou melhorar a cada dia”.

O luto chega para todos em algum momento da vida e vem acompanhado por inúmeros sentimentos e sintomas físicos como: tristeza, raiva, culpa, medo, alívio, vazio no estômago, aperto no peito, falta de energia, boca seca. Mas todos nós, passaremos por isso, e seja como for, respeite o seu luto, ele sempre vem para nos deixar mais fortes, nos transformar em pessoas melhores mais íntegros a nós mesmos.

About the Author Patricia Janaina Hornburg

Psicóloga de formação e professora por vocação, taurina, um tanto teimosa, escreve para aliviar a alma das dores do mundo. Extremamente encantada pelo mundo e pelas pessoas. Têm aprendido muito com as crianças e acredita que o essencial é invisível aos olhos. www.patriciahornburg.com.br https://www.facebook.com/Patrícia-Hornburg-728427063953961

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