Como agir com o enlutado? O Comportamento que ajuda

Em meu artigo anterior, intitulado: Me deixa chorar? Os lutos que a sociedade invalida, falei sobre os lutos que a sociedade não nos permite vivenciar. Nele, li comentários de pessoas relatando não saber como agir perante a pessoa enlutada. Por este motivo, nesse artigo falo sobre qual a melhor maneira de agir nesta situação.





É comum as pessoas terem dúvidas de como agir perante o enlutado e sentirem-se desconfortáveis nesta situação. E embora a maioria das pessoas acreditem que precisam falar algo para confortar o enlutado, isso não é verdade. Muitas vezes as pessoas acabam falando justamente o que a pessoa que perde um ente querido, não quer ouvir.

Falar frases do tipo: “Deus quis assim”, “está descansando”, “era a hora dele(a)”, “está em um lugar melhor”, não confortam em nada, muito pelo contrário, na maioria dos casos acabam sendo frases inconvenientes, desnecessárias e desagradáveis. É importante se colocar no lugar da pessoa enlutada, e nos perguntarmos: “se eu estivesse no lugar desta pessoa, como eu gostaria que as pessoas agissem comigo?”.





Saiba que você não precisa dizer nada, pois esta é uma situação na vida das pessoas em que absolutamente nada que possa ser dito, é capaz de trazer conforto. O melhor nestes casos é se fazer presente para apoiar o enlutado, oferecer um abraço ou um ombro para que a pessoa possa chorar e expressar a sua dor.

Dizer para a pessoa não chorar também não ajuda em nada, e até prejudica, pois é necessário que o enlutado expresse a sua dor e o seu luto, e tentar conter as demonstrações de sofrimento da pessoa enluta, apenas vai prejudicar. Acontece bastante, de o enlutado querer falar sobre a pessoa que faleceu, deixe-o se expressar, não tente impedi-lo de falar por medo que isso irá causar mais sofrimento, pois, como já falado, expressar o luto é fundamental.





Caso a pessoa tenha atitudes que podem ser consideradas estremas, como um choro convulso e desesperado, não tende conter o enlutado. Embora exista uma crença de que a pessoa está sendo forte quando não chora, ou chora de forma contida, na verdade não é saudável para a superação do luto, que a pessoa se contenha, ela deve se expressar, “colocar para fora” o sofrimento.

É importante saber também, que não se deve apressar o enlutado a “superar” o luto, pois não existe um tempo determinado para isso, e a única forma de “superar” o luto, é vivenciando-o. Por este motivo, é imprescindível que o enlutado vivencie e expresse o seu luto.

“O tempo do luto não pode ser precisado, podendo durar meses ou anos. O processo de luto é vivenciado pelas pessoas de forma individual, o que torna inadequado estipular um prazo para o seu término” (Santos e Sales, 2011).

Finalizo convidando o leitor a ficar à vontade para compartilhar conosco sua experiência, dar a sua opinião sobre o assunto, colocar as suas dúvidas e/ou sugerir o que gostaria de ler no próximo artigo.

About the Author Catiane de Oliveira

Psicóloga, Pós-Graduanda em Psicopedagogia Institucional, Formação em Brinquedista e Organização de Brinquedoteca, Formação em Tanatologia, Graduanda em Licenciatura - Letras Português/Inglês.

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