Depressão Infantil: Sequelas além da infância

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Existe uma tendência, equivocada, das pessoas pensarem na infância como um período da vida feliz, livre de preocupações, responsabilidades e sofrimento. Mas, ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, as crianças também sofrem e estão sujeitas a desenvolver transtornos, como por exemplo a depressão infantil. E quanto mais cedo a depressão se manifesta na vida da criança, mais prejuízos e sequelas ela terá em sua vida, sendo comum que se torne um adulto depressivo no futuro.





É comum que os sintomas depressivos em crianças sejam encarados pelos adultos como próprio da personalidade da criança, levando a comentários e interpretações como: “Ele é bem quietinho, não incomoda”, “Ele é terrível, teimoso e agressivo”, entre outros. No entanto, a criança ainda não possui uma personalidade formada, ela está constituindo sua personalidade por meio do que aprende. Sendo assim, os comportamentos da criança são reproduzidos pelo que ela aprende com os pais, familiares, amigos, ambiente escolar, ou seja, todo o círculo de convivência da criança; sendo que alguns desses comportamentos podem ser indícios tanto de angústias comuns e passageiras da infância – que devem ser acompanhadas e orientadas pelos adultos – como também de algo muito mais sério, como a depressão.





Qualquer pessoa vive momentos de tristeza e angústia, inclusive as crianças. A vida é repleta desses momentos! Porém, dependendo da intensidade, da persistência e da presença de outros sintomas, pode ser um indício de depressão infantil. O diagnóstico e tratamento precoce e adequado da depressão diminui o impacto negativo na vida da criança, proporcionando à ela um melhor desenvolvimento e uma infância mais feliz.

A depressão infantil é um transtorno capaz de comprometer o desenvolvimento saudável da criança e interferir no seu processo de maturidade psicológica e social. Pode ocorrer tanto em meninos quanto em meninas, e se não tratada pode se tornar crônica e gerar vários prejuízos na vida adulta.

Os principais fatores de risco para o desencadeamento da depressão na infância são: caso de depressão na família, pais alcoólatras, negligência e violência pelos pais – incluindo a violência psicológica, exposição à miséria, violência na comunidade, perda por falecimento de um ente querido – especialmente os pais, abandono, ambiente familiar inseguro, conturbado e conflituoso, fracasso escolar.





Existe também fatores protetivos ao desenvolvimento da depressão na infância, como: ambiente familiar seguro e relação de confiança com os pais, competência escolar, habilidades sociais, envolvimento em atividades esportivas e culturais.

Sintomas gerais: isolamento, agressividade, humor deprimido ou irritável, diminuição do prazer nas atividades diárias, alteração de peso ou apetite, insônia ou aumento do sono, agitação ou calma excessiva, cansaço ou perda de energia, desvalorização de si, sentimentos de culpa, diminuição da capacidade de pensar e se concentrar, dores de cabeça, queixas de falta de ar.

Sintomas e o desenvolvimento da criança: Na criança bem pequena a ênfase dos sintomas é dada aos distúrbios do sono e alimentação, cólica, choro e balanço de cabeça. Na criança mais crescida, o isolamento, apatia e comportamento regredido estão mais presentes. Nas crianças mais velhas, os problemas de comportamento começam a substituir os sentimentos depressivos, como os acessos de raiva, desobediência, fuga de casa, tendência a acidentes, agressividade e comportamento provocativo.

Há uma transformação progressiva da sintomatologia depressiva, quanto mais se aproxima da adolescência, mais o quadro se assemelha ao do adulto.

Diante da seriedade e importância que esse tema traz, é indispensável que o adulto fique atento aos sintomas e fatores de risco, e em caso de suspeita, procure um profissional especializado. Quanto mais cedo a criança for diagnosticada e tratada, mais eficaz será o tratamento, e menos prejuízos ela terá ao longo da vida. Lembrando que o melhor de todos os tratamentos é a prevenção!

About the Author Catiane de Oliveira

Psicóloga, Pós-Graduanda em Psicopedagogia Institucional, Formação em Brinquedista e Organização de Brinquedoteca, Formação em Tanatologia, Graduanda em Licenciatura - Letras Português/Inglês.

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