Paixão ou razão, o que me domina?

Já dizia a escritora Cora Coralina que “o coração é terra que ninguém anda”, ou seja, que não temos controle sobre a hora, quando e por quem vamos nos apaixonar. De modo que estaríamos à mercê das paixões como um vírus que nos infecta e nada mais podemos fazer até que a “doença” seja vencida pelo próprio organismo.






Um fato é que existem estudos científicos que expõe a paixão como um sentimento que possui prazo de validade. Contudo, a paixão não é um sentimento ruim, é uma forma de se criar vínculos com alguém á medida que a conhecemos e nos sentimos atraídos por ela. É soltar as amarras do coração, vencer o medo frente ao incerto e deixar fluir o pensamento em busca da imagem da pessoa amada.
Parece simples não é mesmo? Mas, vamos e venhamos, viver uma paixão descontrolada em que se perde o referencial é perder a própria individualidade. E se o relacionamento afetivo não vingar o processo de elaboração da perda, será mais difícil, do que seria se a razão estivesse presente desde o início da relação. A paixão é uma espécie de foco direcionado a algo, quando estamos apaixonados por nosso trabalho desempenhamos nossa função com total dinamismo que não resta dúvidas de que gostamos muito do que fazemos.





Quando estamos apaixonados por nossa família, fazemos de tudo para que a relação familiar seja harmoniosa, e que nossos entes queridos se sintam felizes conosco e com nossa maneira de agir. Quando estamos apaixonados por nós mesmos, cuidamos de nossa aparência, de nosso bem estar, criamos laços de amizades que nos fazem bem, cuidamos de nossa saúde , ou seja, nos priorizamos. É então uma paixão saudável, uma paixão que nos impulsiona a viver cotidianamente em busca de nossos objetivos.
Mas, e a razão onde está? O indivíduo que costuma refletir acerca de suas ações, das ações dos outros com quem mantêm contato, das ações da sociedade na qual ele se encontra, acaba por racionalizar quase sempre . Usa da razão para tomar decisões, analisa os prós e os contras de muitos aspectos que o envolvem e mesmo que esteja em um relacionamento, não se deixa levar por paixões desenfreadas. Usar da razão é refletir sobre o que um relacionamento afetivo no qual se encontra lhe causa. Bem estar ou sofrimento? Como me sinto diante do que a pessoa que gosto me causa quando me trata bem, ou quando esta pessoa me maltrata.





O indivíduo racional pondera: será que permanecer em uma relação que não está me fazendo bem é o que desejo para o meu futuro? Isto está fazendo bem para minha vida? A razão o fará optar pelo seu bem estar, e com certeza não levará adiante um relacionamento nocivo.Então, devemos sempre refletir sobre o que sentimos e como lidamos com isso, assim saberemos identificar se somos mais passionais ou racionais.

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