Ano novo, vida velha

Se você for como todo ser humano, pelo menos uma vez na vida, já fez uma lista de propósitos para o novo ano. Emagrecer, fazer aquela viagem, mudar de emprego. Até aí tudo bem, é sonhando que se realiza. Mas, por que ao chegar ao final de mais um ano, você se dá conta de que não emagreceu, não fez a tão sonhada viagem e ainda está no mesmo emprego? Por que o ano é novo, mas sua vida é velha. Não se renova como um calendário com dia e hora marcados.





Existem as mais diversas formas e técnicas para programar um novo ano: papéis colados na porta da geladeira, no espelho do banheiro, além das facilidades modernas como financiamentos miraculosos para pagar passagens a perder de vista, vagas de emprego em milhares de sites na internet. Mas, por que esses mecanismos ou facilidades não funcionam? Por que fazemos de tudo um pouco e nada muda? É muito simples, porque vivemos, nesse momento, exatamente a vida que queremos viver. E tudo bem, você vai discordar. Poderá pensar:  – Como assim a vida que eu quero viver? Estou no buraco!!!  Infeliz no meu emprego, com um salário de miséria… Enfim! E eu repito, sim, é a vida que você quer.





Vamos esclarecer. Possuímos 3 cérebros (em um), cada um responsável por funções específicas e muito importantes. Vamos fazer um rápido resumo só para entender. Nosso cérebro animal e instintivo, o reptiliano, cuida de nossa sobrevivência física. Não faríamos muita coisa se estivéssemos mortos. Nosso cérebro emocional, o límbico, cuida de nossa sobrevivência emocional, afinal, nossas emoções definem as condições que colocamos como prioridades em nossas vidas. E finalmente, mas não menos importante, nosso cérebro racional, o neocórtex, capaz de escolher e avaliar entre o “certo” e o “errado”.

Esse conjunto funciona perfeitamente, mas nem sempre junto. Nossos instintos nos mantém vivos nos momentos de perigo real e declínios emocionais a qualquer preço, e nossa razão, nesses momentos, não é tão predominante quanto gostaríamos que fosse. Sim, você pode decidir ou ponderar sobre o que é melhor ou não para sua vida, mas isso não basta. Quando acontece a queda de braço entre a sua razão, que deseja, por exemplo, eliminar 20 kg , contra sua emoção, que lhe diz (inconscientemente) que ser magro pode ser feio, perigoso ou qualquer outra coisa, a razão perde, e perde feio. A imaginação é mais forte que a força de vontade.





Por isso, para programar um novo ano é preciso programar uma nova vida, uma nova maneira de pensar e uma nova forma de enxergar aquilo que queremos. E, para isso, é preciso conhecer-se. Entender que nosso processo de crescimento é constituído de um sistema de crenças, criado ao longo de nossa vida e, principalmente, estruturado na nossa infância. Possuímos crenças e valores inconscientes que podem ser incompatíveis com nossos planos de agora. Precisamos, então, conhecer as raízes da vida que levamos nesse momento, principalmente, aceitando que essa é a vida que “inconscientemente” queremos viver, para só então poder mudá-la. Isso passa por entender que será necessário cria novas crenças, convencer nossos cérebros instintivos que aquilo que queremos viver é melhor (para nossa sobrevivência) do que aquilo que estamos vivendo.

About the Author Simone Belkis

Simone Belkis é literata e estudiosa de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Busca unir seu amor por escrever com o desejo de colaborar para um mundo melhor.

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