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Relato de uma psicóloga em crise: como as crises de ansiedade me indicaram novos caminhos

Inúmeros motivos nos levam a desenvolver transtorno de ansiedade generalizada (TAG) que tem como sintomas físicos e psíquicos: taquicardia, tremores, dores de cabeça, náuseas, e respectivamente, sensação de despersonalização, sensação de estar distante da realidade, não pertencimento àquilo que antes lhe era familiar.






Diante disso, continuei levando a vida normalmente, mas conforme os dias passavam não via sentido nessa existência e ao mesmo tempo um medo intenso de morrer, sentia-me triste e nada parecida com quem era anteriormente, aonde estariam as boas energias e crenças no amanhã melhor? Isso não existia para mim, a única coisa que me fazia levantar todos os dias era o trabalho, até me dar por conta de que levantar estava cada dia mais difícil, com as tonturas e tremedeiras, sensação de frio na barriga, e tudo isso sem motivo aparente.
Fui ao médico, pois seria apenas hipoglicemia e quando me disse que eram crises de ansiedade, não quis aceitar, afinal eu era psicóloga e isso não fazia sentido, como se pode adoecer justamente daquilo que tanto via nos atendimentos.





Em janeiro a TAG se intensificou a tal ponto de sentir meus nervos contorcerem involuntariamente. Nesse período havia começado a terapia há três semanas, fui ao médico pedindo algum remédio para diminuir os sintomas, pois precisava trabalhar, atender os usuários do serviço psicossocial. Assim, comecei a tomar antidepressivo, por 4 meses junto a psicoterapia, empreguei ainda o Reiki e o teatro, fundamentais nesse processo.
A terapia possibilitou que tivesse discernimento daquilo que deveria ser modificado, aprendi a dizer não quando necessário, aprendi que é melhor frustrar os outros do que a si mesmo, passei a viver em uma realidade menos colorida, mas muito mais saudável, como uma transição necessária ao crescimento pessoal.
A única coisa que não queria era continuar naquela situação de ansiedade que traria consequentemente a depressão, pois a sensação de descontrole era imensa, havia medo de ir a lugares com muitas pessoas, pois sentia-me mal, aos poucos com todas essas técnicas o medo foi dando lugar a novas experiências que eu jamais teria se não fosse a TAG.





Pode ser difícil enxergar isso agora, também não via dessa forma quando inserida nela, mas a sua crise, doença ou acometimento, pode ser a salvação de uma vida que nada tem a ver com os teus princípios e com aquilo que te propusera como caminho nessa existência. Precisas apenas tentar novos caminhos.
Existem muitas pessoas que convivem com a TAG todos os dias, mas desejo que você tenha coragem de romper com tudo aquilo que te faz sentir medo e aprenda a conviver com os novos caminhos, mesmo que esse caminho seja trêmulo. Não sei se as crises voltarão em algum momento, mas sei que se vierem, elas também passarão, pois hoje vivo um dia de cada vez.

About the Author Patricia Janaina Hornburg

Psicóloga de formação e professora por vocação, taurina, um tanto teimosa, escreve para aliviar a alma das dores do mundo. Extremamente encantada pelo mundo e pelas pessoas. Têm aprendido muito com as crianças e acredita que o essencial é invisível aos olhos. www.patriciahornburg.com.br https://www.facebook.com/Patrícia-Hornburg-728427063953961

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