O Altruísmo Muda o Mundo

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Sabemos o caos da sociedade em que vivemos. Na maioria das vezes parece haver mais coisas erradas neste mundo do que certas. E pessoas mais egoístas e mal intencionadas do que verdadeiramente altruístas e com boas intenções. Vejo isto todos os dias no trânsito. Enquanto as pessoas insistem na má educação e no stress logo pela manhã, observo os moradores de rua sempre com cobertores novos embaixo da ponte. E penso: “Alguém passou por ali ontem.”…

Não é fácil mudar o mundo. Colaborar com o próximo, seja quem quer que seja, demanda tempo, disposição e muitas vezes algum valor monetário. Estamos todos correndo pela própria sobrevivência e mal encontramos tempo para nós mesmos ou para os que amamos. Fica difícil encontrar uma forma de ajudar.
Algumas histórias reais sobre pessoas que fizeram a diferença podem nos inspirar profundamente a mudar o nosso olhar exatamente no lugar em que estamos. Cito dois filmes: “Tempo de despertar” (com Robin Willians e Robert De Niro) e “Nise – o coração da loucura” (com Gloria Pires). Ambos os filmes narram a história de dois médicos, um britânico e uma brasileira. Duas pessoas diferentes que vivenciaram uma situação semelhante. Foram trabalhar com doentes psiquiátricos que estavam praticamente abandonados à própria sorte, ou a total falta dela. Diferente dos demais médicos de ambos os hospitais, esses médicos não aceitaram a situação de seus pacientes e buscando o bem estar desses seres humanos, com o tempo mudaram não apenas a vida de inúmeras pessoas, mas a história por onde passaram.

O médico Oliver Sacks, retratado no filme com um nome fictício, foi capaz de tirar dezenas de doentes de um estado catatônico (algo como vegetativo), que viviam há décadas. Nise da Silveira não aceitou os métodos brutais da antiga psiquiatria como tratamento para seus pacientes e descobriu como aprimorar o poder da terapia ocupacional em seus pacientes. A brasileira mudou a história de sua especialidade médica.
Estas pessoas não precisaram sair de seus lugares para fazer a diferença. E nem nós precisamos fazer isto. Se citarmos outros exemplos, iremos perceber que tudo à nossa volta pode ser transformado quando temos um olhar de generosidade para aqueles que estão ao nosso redor. O poder da gentileza, do sorrir e da disposição faz diferença em todo e qualquer lugar.
Não é preciso ser médico ou religioso para isso. Se cozinho num restaurante, posso dar o melhor de mim enquanto executo minhas tarefas. Posso dar as sobras para quem necessita. Se sou professor, tenho o dom da poder explicar as coisas com facilidade e motivar as pessoas a seguirem em frente. Posso ser um descascador de batatas, mas se faço meu trabalho com amor, sempre encontrarei maneiras de melhorar o mundo ao meu redor.

Conheço pessoas que não podem ver um animal de rua sofrendo, que prontamente se dispõem a cuidar e alimentar. Outras que gostam de aconselhar constantemente. Tenho a sorte de ter tido em meu caminho pessoas tão generosas, que mudaram por diversas vezes o rumo de meus dias, de um humor triste ou irritado para um humor alegre e cheio de vida.
Não é fácil imaginar como mudar o mundo. Para transformar a nossa sociedade num lugar melhor e mais aconchegante, temos que começar por nós mesmos. Mudando a nossa vontade e disponibilidade, aqui e ali, seremos capazes de transformar tudo.
Cada um fazendo a sua parte,
Pode até demorar. Mas valerá a pena.

About the Author Carolina Vilanova

Carolina Vila Nova é brasileira. Tem cidadania alemã, 40 anos. Escritora e Roteirista. É autora dos seguintes livros: “Minha vida na Alemanha” (Autobiografia), “A dor de Joana” (Romance), “Carolina nua” (Crônicas), “Carolina nua outra vez” (Crônicas), “Vamos vida, me surpreenda!” (Crônicas), “As várias mortes de Amanda” (Romance), “O dia em que os gatos andaram de avião” (Infantil), "O Milagre da Vida" (Crônicas) e "O beijo que dei em meu pai" (Crônicas). Disponíveis na Amazon.com e Amazon.com.br Mais matérias em: www.carolinavilanova.com

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