A ansiedade dos pais pode representar riscos para os filhos?

 

Milhões de pessoas convivem diariamente com os sintomas do transtorno de ansiedade. Segundo alguns estudos, os filhos tem maior risco de sofrerem com estes transtornos, fazendo com que o círculo de ansiedade se estenda por gerações.

Mas uma intervenção psicológica aplicada nas famílias poderia reduzir drasticamente este risco. Esses são os resultados publicados em 2015 na revista The American Journal of Psychiatry .

Por que o transtorno de ansiedade dos pais representam um risco para seus filhos?

Os pesquisadores explicam que o temperamento e as experiências iniciais de vida desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da ansiedade. Quanto mais experiências negativas uma pessoa tiver durante seu crescimento, maior é a chance de desenvolver um transtorno de ansiedade na vida adulta. Mas o fator mais importante é o efeito da criação, em que a ansiedade é reforçada aos filhos através dos estilos de criação que moldam o comportamento. É aí que a psicoterapia pode ajudar a mudar esses padrões.

A pesquisa

O estudo testou uma intervenção psicológica baseada na terapia comportamental cognitiva com 136 famílias, das quais pelo menos um dos pais teve problemas de ansiedade e pelo menos um de seus filhos, de 6 a 13 anos, também desenvolveu o mesmo problema. Um grupo de famílias participou de oito sessões de uma hora com um terapeuta treinado por dois meses. O outro grupo recebeu folhetos informativos sobre transtornos de ansiedade e tratamentos. O terceiro grupo não recebeu nenhum dos dois.

APENAS 9% DAS CRIANÇAS DESENVOLVEM PROBLEMAS DE ANSIEDADE

As famílias que fizeram a terapia aprenderam a identificar os sinais de ansiedade quando os sintomas do medo eram saudáveis ​​(quando um carro a toda velocidade está vindo em nossa direção, por exemplo) e quando o medo excessivo é insalubre (suspeitas de que o bolo da festa está envenenado). Então, eles aprenderam como enfrentá-los através de conhecimentos práticos para a solução de problemas e exercícios de exposição à ansiedade.

Uma situação citada na pesquisa foi: se uma criança está com medo de encontrar um gato na rua, a primeira coisa que você precisa fazer é identificar o pensamento amedrontador: ¨Esse gato vai me machucar¨, então você tem que avaliar este pensamento: ¨é provável que esse gato me machuque?¨ “Não, esse gato não parece agressivo, não está mostrando suas unhas e dentes, está apenas sentado ali olhando para mim. Ok, então eu posso continuar caminhando sem problemas que o gato não me fará nada”.

É EVIDENTE A VULNERABILIDADE DOS FILHOS DE PAIS COM TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

Os efeitos da psicoterapia são evidentes. Apenas 9% das crianças pertencentes a famílias que receberam a terapia desenvolveu problemas de ansiedade um ano após o programa, em comparação com 21% das crianças que receberam os folhetos informativos, mas a incidência de transtornos de ansiedade foi ainda pior nas crianças que não receberam nenhuma ajuda: 31%.

Para o Dr. Golda Ginsburg, pesquisador e autor do estudo, estes resultados evidenciam a vulnerabilidade das crianças de pais com transtornos de ansiedade. Mas também nos permite prevenir através de programas focados no contexto familiar, oferecendo uma nova perspectiva, visto que os programas atuais focam apenas na escola.

About the Author Taiz de Souza

Apaixonada por psicologia, se dedica a pesquisar continuamente os assuntos mais atuais e variados relacionados a psicologia a fim partilhar artigos interessantes e confiáveis a todos que apreciam.

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