No complexo de Cassandra existe uma tendência a demonstrar seu valor para deixar de se sentir subestimada, já que se pensa que assim ganhará o respeito dos outros.
Conta-se que Apolo, o deus do vaticínio, fascinado pela beleza de Cassandra, filha dos reis de Troia, ofereceu-lhe algo em troca de seu amor.
O que lhe prometeu foi o dom da profecia. Porém, Cassandra não amava Apolo, por isso aceitou o dom mas se recusou a estar com Apolo. Ele ficou desolado, mas, principalmente, com muita raiva.
O complexo de Cassandra faz com que as mulheres se sintam subestimadas em vários âmbitos de sua vida. De fato, constrói sua identidade com base em preconceitos já existentes sobre elas.
Mas, além disso, também se encontram aqueles que soltam frases como “ela não vai conseguir casar”, “não soube segurar um homem do lado”.
Tudo isso, faz com que construam uma identidade que tem como grande base a dependência, a busca por aprovação dos outros, a falta de autoestima e uma tendência a se responsabilizar por tudo.
Em grande medida, isso acontecia com Cassandra, a do mito.
Assim, no complexo de Cassandra sempre há uma tendência a demonstrar o valor, porque assim se pensa que ganhará respeito e o amor dos outros.
Porém, do outro lado não há nada disso, só rejeição.
Devido a todo esse sentimento de subestimação, as mulheres que sofrem deste complexo começam a experimentar mudanças psicológicas muito importantes.
Isso faz com que se desgastem, algo que não notarão no começo, até que seu corpo comece a manifestar que há algo que não está sendo bem feito: aparecerão as dores, a fatiga, os problemas para dormir…
Se já é dolorosa a rejeição externa, a interna é ainda mais terrível.
O complexo de Cassandra supõe uma marginalização do feminino, onde as mulheres não são levadas a sério e onde ficam submissas ao homem.
Quando Apolo se sente rejeitado, usa de sua masculinidade para exercer seu poder sobre Cassandra. Ela não tem nenhuma oportunidade. Ela sofre as consequências da dominação masculina.
Algo que continua acontecendo depois de sofrer a ira de Apolo, buscará uma aprovação e uma confiança que sempre lhe será negada.
Muitas mulheres sofrem este complexo, pois já nascem com o bem interiorizado. Esse sentimento de subestimação é algo que está assinado dentro delas desde que nascem.
Ainda fica muito por fazer contra a marginalização do feminino, com esse “não ter em conta” porque ainda se considera a mulher frágil, emocional, muito sensível.
Quem sofre o complexo de Cassandra também o alimenta. É que eliminar essas etiquetas assinadas requer caminhar um caminho muito árduo e difícil, cheio de encostas inclinadas.
Fonte: Melhor com saúde