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”Volunturismo”: 3 maneiras pelas quais aprendemos o ‘complexo do salvador branco’

 

 

1. Hollywood

Todos nós já vimos algum salvador branco nos filmes: aquela pessoa branca bem-intencionada, generosa e bondosa vem e salva as pessoas de cor, pobres e necessitadas, que estão desesperadas por ajuda. Não parece familiar? Alguns  exemplos : Glória, Mississippi Burning, Cry Freedom, Danças com Lobos, Last Samurai, Django. No filme Lincoln os personagens afro-americanos não fazem quase nada além de esperar passivamente que os homens brancos os libertem.

 

Muitas vezes, essa narrativa torna-se especificamente pronunciada nas adaptações cinematográficas, mesmo quando a fonte original do trabalho é muito mais autoconsciente e empoderadora. Por exemplo, os críticos aplaudiram o livro do escritor Michael Lewis, O Lado Cego: Evolução de um Jogo, por criar uma perspectiva detalhada do sucesso de um atleta negro no futebol. Mas quando Hollywood adaptou o livro em filme, estrelado pela atriz branca Sandra Bullock, a história de repente tornou-se mais sobre a família branca que cuidava do atleta negro, em vez de seu próprio mérito individual.

2. Escola

As escolas geralmente promovem um currículo eurocêntrico, predominantemente branco, que envia a mensagem de que as civilizações ocidentais são muito mais importantes do que as outras. Nosso programa didático oferece apenas o curso da História Européia e brasileira, mas nada especifico sobre a Ásia e África.

3. Histórias de viagens e voluntariado no exterior

 

Sites recentes como Humanitarians of Tinder no Tumblr e White Saviour Barbie no Instagram satirizaram o modo como os viajantes brancos acabam fazendo voluntariado para si mesmos. Como Teju Cole escreveu, para esses tipos de viajantes: “Este mundo existe simplesmente para satisfazer necessidades – principalmente as necessidades sentimentais deles mesmos”. Ele prossegue dizendo: “O Complexo do Salvador Branco não é sobre justiça. Trata-se de ter uma grande experiência emocional que valide o privilégio”. Muitas vezes, o voluntariado no exterior se torna aquela “grande experiência emocional” que estamos procurando. Ela satisfaz nossas necessidades sentimentais e, por isso, encontramos poucas razões para refletir se ela realmente atende às necessidades das pessoas que supostamente estamos ajudando.

Se realmente quisermos ajudar as pessoas no exterior através de viagens, temos que garantir que nossas experiências sejam recíprocas e beneficiem ambas as partes de forma igual. Também devemos ter a autoconsciência e a humildade para perceber que a melhor maneira de ajudar as pessoas de um país estrangeiro não é tornando-se um herói, mas ajudando as pessoas locais a se ajudarem.

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