Relacionamento: Você almeja para Agregar ou Anular-se?

Normalmente ouvimos pessoas que buscam um relacionamento com o intuito de viver feliz com um parceiro (a), fugindo de um estado de solidão e carência.


O que é um relacionamento?
Segundo o dicionário é o ato ou efeito de relacionar; amizade, intimidade, ou seja, travar relacionamento com alguém.

Se a busca do relacionamento é para agregar, proporcionar mais alegria a vida e momentos de felicidade, por que temos tantos relacionamentos regados de brigas, pessoas infelizes e perda de identidade?


Quando paramos para analisar casais e os seus relacionamentos surgem vários tipos de opiniões, mas algo é perceptível em sua grande maioria.
As pessoas deixam de ser elas mesmas se anulando em prol do outro.
É claro que quando duas pessoas se envolvem, nutrem sentimento uma pela outra e optam por viver um relacionamento, algumas coisas mudam na rotina, é necessário administrar o tempo, prioridades e se adaptar ao outro para viverem bem.
Mas, é grande o número de pessoas que encaram o ato de ceder como anular-se. E têm aqueles que pouco a pouco vão perdendo sua identidade, de que forma? Deixando de ser si mesmo, vestindo um personagem de par ideal para agradar aquele que ama, deixa de fazer as coisas que lhe dá prazer, de comer o que aprecia, de visitar lugares que gosta, tudo porque o outro não gosta, não concorda ou simplesmente porque acha que sendo de outro jeito será mais amado e apreciado.
Pessoas que se comportam assim tendem a não perceber e sequer valorizar a importância da privacidade e individualidade.





Se ele gosta de cinema, ela não gosta e prefere teatro. Por que não entrar em um acordo de bom senso? Onde uma vez vão ao teatro, outra ao cinema. Ambos estarão satisfeitos, agradarão o par e ainda podem desfrutar de um lazer que antes não apreciava e que pode aprender a gostar.
Ele adora jogar futebol com os amigos de infância aos sábados à tarde. Bom momento para ela ir com as amigas ver vitrines no shopping. Depois do futebol vai rolar um churrasquinho com cerveja entre os amigos, que tal ela aproveitar para fazer as unhas ou assistir aquela comédia romântica com as amigas?

Mas, não, muitas pessoas ao engatar um namoro, abrem mão das amizades e vive uma relação simbiótica, onde um vive para o outro. Fazer alguma coisa fora trabalhar, estudar as sextas ou aos sábados e domingos, nem pensar, pois tudo tem que ser feito com o (a) namorado (a). Esquecem da família, dos amigos, dos programas que lhe fazia bem e pouco a pouco vão perdendo a privacidade e a individualidade.

No início do relacionamento, ela, acorda no sábado faz os seus afazeres do dia, depois vai cuidar das unhas, cabelo, pele, se produzir para sair à noite com o pretendente, a verdadeira produção para seduzir. Ele, não fica ligando, faz as coisas dele, visita um amigo, joga conversa fora, vai para casa se arrumar e buscá-la no horário marcado. Saem para jantar, depois vão beber algo em um barzinho ou dançar, quando não, assistem um filme e ao chegarem em casa suspiram pela noite perfeita que tiveram.

No entanto, meses depois, lá está ela pintando as unhas e cuidando do cabelo na frente dele enquanto ele fica navegando na internet jogado na cama ou no sofá. Ela quer ir ao shopping, ele não suporta olhar vitrines. Ele quer assistir aquele filme de luta e ela quer ir ao show de MPB. Os amigos? Ah, os amigos se falam por e-mail ou aparecem nos churrascos de comemoração de aniversário, porque se toda semana forem aos eventos de amigos de ambos, ela fica estressada porque ele bebeu e vai dirigir admitindo que a turma dele bebe demais ou ele vai achar um tédio as reuniões de amigos dela, pois, sempre toca aquelas músicas que ele detesta.

Então, muitos acabam evitando amigos, eventos para não criar atritos e passam a omitir ou mentir para o outro, indo ver amigos, fazendo happy hours em dias que não vê a pessoa. O que acarreta angústia para alguns por medo de ser descoberto. Viver assim é injusto com quem?


Relacionamento não tem que ser sinônimo de prisão. Você não precisa se sentir refém. A mentira não combina com uma relação próspera e feliz, porque quem mais sofre com a mesma é quem opta por ela.

As discussões viram brigas que começam a ficar constantes. Seja porque são muitos diferentes ou porque estão saturados de um ceder mais que o outro.

Não adianta pensar que casando a situação irá melhorar. Muitos acabam sustentando a relação com essa fantasia mesmo vivendo infeliz e frustrado, teme sair da relação por medo da carência, solidão, não encontrar outra pessoa, não ser amado como acredita que é e vive um relacionamento falido.

Os casais felizes são aqueles que têm gostos e objetivos em comum. Que têm suas diferenças, é claro, somos seres únicos, mas que sabem dosar, administrar, que sabem ceder sem deixar de lado a sua identidade, sua individualidade e que se preserva. Isso requer maturidade! E a maturidade independe da idade cronológica.

Sou da opinião que isso de opostos darem certo, só acontece em filmes.

Quando duas pessoas completas se encontram, elas vão agregar ao outro, elas irão se doar, se permitir viver o relacionamento de forma saudável, agradando sem se desagradar. Sabem que pode ter um final de semana incrível ao lado da pessoa amada, e ainda assim continuar sendo profissional, filho, irmão, primo, amigo… Um casal que se ama, sobretudo se respeita e logo se interessa pela vida do outro, isso inclui o interesse em conhecer a família e os amigos da pessoa, se envolver, participar dos eventos e não deixar de lado sua vida, as pessoas que lhe são caras.

Um casal maduro não abre mão dos seus afazeres em prol do outro, mas se adéqua. É claro que uma vez que opta por viver um relacionamento seu comportamento será diferente daquele de quando solteiro (a).

Mas, vivenciam na prática a máxima de que relacionamento serve para alegrar e agregar, nunca para anular e frustrar!

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